A Direção-Geral da Saúde (DGS) desenvolveu uma campanha de promoção do Programa de Rastreio de Saúde da Visão Infantil.
Inicialmente, este programa foi desenvolvido, em modelo piloto, na região Norte, envolvendo quatro agrupamentos de centros de saúde (ACES) e dois centros hospitalares (São João e Porto). Desde a sua implementação foi proporcionado rastreio a mais de 20 mil crianças, tendo-se verificado uma participação global de 68% (13.562) das crianças elegíveis.
Perante estes resultados, o Ministério da Saúde decidiu alargar o projeto a todas as regiões de saúde do país, sob a coordenação da Direção-Geral da Saúde.(…)
A realização de rastreio de saúde visual infantil consiste um rastreio oftalmológico sistemático, com inclusão no Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil, com pelo menos, uma observação oftalmológica das crianças (…)
Sendo o Rastreio de Saúde Visual Infantil (RSVI) sistemático e de base populacional, tem por objetivo identificar todas as crianças com alterações oftalmológicas capazes de provocar ambliopia. A ambliopia é um reconhecido problema de saúde pública, sendo unanimemente considerada a causa mais frequente de perda de visão monocular entre os 20 e os 70 anos de idade. A sua presença aumenta o risco de perda visual no olho bom e portanto, o risco de cegueira ao longo da vida.
Tendo em conta todas as perdas que resultam da ambliopia, que incluem fatores individuais de bem estar, aprendizagem e auto confiança, fatores sociais relacionados com a diminuição da produtividade e os custos de tratamento, existem inúmeros estudos que demonstram o benefício económico do seu diagnóstico precoce, de forma a obter sucesso na sua prevenção e tratamento.
Por tais premissas, pretende-se rastrear todas as crianças elegíveis do sexo feminino e masculino de dois anos de idade, inscritas nas unidades de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde da Beira Interior Sul (ACES BIS) pertencente à Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB,EPE). Coube à Unidade de Cuidados na Comunidade de Castelo Branco (UCCCB) a responsabilidade da realização do RSVI à população inscrita nos Centros de Saúde de Castelo Branco e de Vila Velha de Ródão.
O método a utilizar no RSVI é o foto-rastreio (Figura 1), que consiste na captação de uma imagem com um auto-refratómetro portátil (Figura 2), com a incorporação de um conjunto de parâmetros obtidos, que incluem a medição simultânea do erro refrativo dos dois olhos (Figura 3).
Figura 1: Auto refratómetro portátil
Figura 2: Procedimento para a captação da imagem
Figura 3: Fotografia emanada pelo auto refratómetro portátil
A fotografia emanada pelo auto refratómetro portátil permite ainda observar a centragem dos reflexos corneanos dos dois olhos de forma a identificar possíveis casos de estrabismo.
Na figura seguinte apresenta-se o algoritmo do RVSI, que faz parte da “ Norma Nº 15 de 5 de setembro de 2018 da Direção Geral da Saúde”, sendo útil a sua leitura integral.
Figura 4: Norma Nº 15 de 5 de setembro de 2018 da Direção Geral da Saúde – Rastreio Saúde Visual Infantil
Estratégia Nacional para a Saúde da Visão
Norma Nº 15 de 5 de setembro de 2018 da Direção Geral da Saúde – Rastreio Saúde Visual Infantil
Imagem da notícia: https://www.sns.gov.pt/noticias/2018/03/23/rastreio-da-visao-infantil/